Eu Fábio Portella Jornalista, Fabiano Minha mãe diretora dos artesãos e Cesar Menotti

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Camarim antes do Show dia 27/09/10

7.05.2008

JOSÉ BARCELOS DA SILVA.

Mais uma reportagem, da minha série, destaques de Visconde do Rio Branco...

Nesta oportunidade, considero-me lisonjeado, por está apontando mais um símbolo da nação rio-branquense.
Procurando focar a nossa querida cidade, enfatizaremos um simples cidadão que por sinal, é nascido em Senador Firmino –MG, mas que no fundo de tudo, o próprio, acaba sendo considerado um verdadeiro fruto e sangue de nossa terra, pelas várias décadas de convivência.
O assunto de hoje relata todo esforço e historia do engraxate José Barcelos da Silva, o Periquito.
Ao descobrir Periquito, através de seus relatos de vida,fiquei surpreso e cativado pela sua estória vivida.
Vale lembrar que o nosso grande e fiel amigo, contou-me que antes de ser engraxate, ele atuou como auxiliar de mecânico da Nacional Motores S/A, em Xerém estado do Rio Janeiro, em 1945.
O destino de José Barcelos, realmente não estava traçado pelas redondezas do Rio, onde ele morou com o seu tio que também era funcionário da referida FNM.
Um fato imprevisto, que marcou a sua vida nesta retífica, foi um acidente que aconteceu com Periquito, quando uma das peças de um motor de caminhão, se soltou da corrente e conseqüentemente atingiu em cheio a cabeça do mesmo.
Ele ficou internado durante uns três meses.
Durante a sua recuperação, Periquito foi transferido para trabalhar como recepcionista do escritório da firma.
Isto não foi adiante, porque a fábrica estava indo a falência. Em conseqüência, a Direção resolveu dispensar quatro mil funcionários, incluindo Periquito em virtude da empresa ter ficado no vermelho.
Foi uma era de preocupações para José Barcelos.
Ao ter saído da firma, onde exerceu seus afazeres, Periquito resolveu voar,digo, voltar para Minas Gerais, vindo morar em Visconde do Rio Branco, por sua escolha.
Chegando em VRB, em 1961, por um acaso, ele conheceu João quebra queixo que deu ao Periquito uma cadeira de engraxate.
Periquito e João trabalharam primeiramente na galeria Éden Clube.
Tendo aprendido o ofício, resolveu atuar sozinho. Comprou mais três cadeiras, e abriu seu ponto de prestação de serviço de engraxate ao lado da Farmácia América em 1963.
Dois anos mais tarde, trocou de ponto, estando permanente até a presente data, trabalhando na Praça 28 de setembro, no jardim do coração da cidade.
Por suas qualidades, no trato com os fregueses, capricho ao executar o serviço, um bate-papo agradável enquanto trabalha, Periquito foi capitalizando uma enorme amizade e simpatia de todos que o conhecem. Com o seu trabalho simples, mas honrado, sua conduta correta angariou a confiança do nosso povo e visitantes que por aqui transitam.
Pregado à parede, vemos uma homenagem a Periquito, em uma placa, com os seguintes dizeres: PERIQUITO – O ENGRAXATE DA CIDADE. DESDE 1965 LUSTRANDO SEU SAPATO.
Também, na mesma parede se encontra um quadro de Don Orione, dizendo:

Hacier el bien siempre
hacier el bien a todos
el mal nunca a nadie.

Fazer o bem sempre
fazer o bem a todos
o mal nunca a ninguém.

Seu título como cidadão honorário, veio em 1992, por indicação do então vereador Clever Cardoso.
No ano seguinte, Vadinho Braz que também, era vereador, o homenageou.

Falando do Sr. José Barcelos da Silva, não posso omitir algo que reputo de grande importância, isto é, a sua fé cristã e sua participação na comunidade religiosa, onde se destaca pelo seu carisma natural.Quando passamos, diante da Comunidade da Graça, à Rua Voluntários da Pátria, nos dias de orações, é impossível não notar a presença do nosso Periquito, não mais sujinho pela graxa, ou com suas vestes de trabalho, mas sim, impecavelmente trajado, trazendo em seu rosto o simpático sorriso e as mãos estendidas num acolhimento sincero, à todas as pessoas, sejam elas crianças, jovens ou adultas, independentemente da classe social a que pertençam, as quais já se aproximam demonstrando a felicidade pelo carinho do acolhedor,

Poder falar dos fatos e personalidades de nossa terra, faz-nos muito bem, mas satisfação especial é poder dizer de alguém um pequeno forasteiro que escolheu a nossa cidade para morar, trabalhar e investir aqui o seu capital único, “amor a Deus e ao próximo, servindo a todos indistintamente, desde 1961”.

Mas um trabalho que assino com muito prazer.
Fábio Portella.

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